sábado, 26 de março de 2011

Uma história de Des(amor)

Eu não a conhecia...

Para falar a verdade, até muito pouco tempo, nunca havia visto falar nada sobre ela.

Linda essa tal de Cibele Dorsa, pensei eu, quando a vi pela primeira vez - em janeiro deste ano - logo após o seu noivo - o tal apresentador Gilberto Scarpa, de quem eu também nunca havia visto falar -, se atirar pela janela.

As palavras que ela postou no Twitter, logo após o acidente, crime, fato consumado ou seja lá o que for, realmente, me comoveram: "Meu noivo se suicidou essa noite, com ele morto eu me sinto morta. Prefiro ir com ele, minha força não faz mais sentido. Quero encontrá-lo".

Dediquei alguns minutos para entender a tal história, que ficou martelando na minha cabeça não mais do que alguns minutos também. Inacreditável como a velocidade e intensidade com que as informações nos bombardeiam trazem e levam histórias, as transformando, em questões de segundos, em quase nada.

Enfim... Acabei me entretendo com outra coisa e, antes mesmo que pudesse fazer uma reflexão sobre o motivo pelo qual um rapaz jovem, bem sucedido e incrivelmente lindo poderia ter se tornado um viciado em cocaína, incapaz de deixar as drogas, outro fato se desenrola: três meses depois, Cibele Dorsa - a moça jovem, bem sucedida e incrivelmente linda - se joga da mesma janela.

Mais uma vez, me comovi! E, esse meu estado de incômodo seria um quase nada se não fosse pela particularidade deste suicidio. Cibele Dorsa anunciou no twitter a sua morte - o que seria normal, já que suicidas deixam vestígios latentes sobre o atentado que estão na iminência de cometer - mas, neste caso, a vítima também deixou uma carta - com um tom extremamente resignado e ressentido - não para um familiar - mas para a maior revista de celebridades do país - a Caras.

Como se fosse uma espécie de exclusiva, o veículo divulgou o material que, amplamente, vem sendo reproduzido pelos mais diferentes meios de comunicação...

Fiquei literalmente transtornada com este fato. Senti medo, náusea, frio na barriga e um incômodo tão grande que me fez parar tudo e ficar aqui, por mais de uma hora, completamente atônita e estática, a me perguntar: até quando iremos aguentar isso tudo?

Ninguém vai fazer nada?

Eu não vou fazer nada?